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Ao longo do tempo, muitos contaram histórias de um santo milagroso aparecendo perto de Hamatoura, curando aqueles com enfermidades físicas e espirituais. Não esquecendo de seu povo e de sua habitação terrena, São Jacó continuou a consolar os sofredores e os doentes.
 
Ao longo do tempo, muitos contaram histórias de um santo milagroso aparecendo perto de Hamatoura, curando aqueles com enfermidades físicas e espirituais. Não esquecendo de seu povo e de sua habitação terrena, São Jacó continuou a consolar os sofredores e os doentes.
  
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Até o final dos anos 1990, este Mosteiro da Dormição da Mãe de Deus em Hamatoura estava em ruínas, desabitado e esquecido desde os tempos de perseguição e da incansável espada da devastação mameluca. A igreja do mosteiro também precisava de reformas, pois havia sido vandalizada. Até que o Arquimandrita Panteleimon (Farah), que viveu em obediência ao Bem-aventurado Isaac (Attalah) e a [[Paísios do Monte Athos|São Paísios]], recebeu a visita de um mártir esquecido que o orientou a reconstruir seu mosteiro no Líbano, a terra natal do ancião Panteleimon. Este mártir, como se descobriu posteriormente, é São Jacó de Hamatoura.
 
Até o final dos anos 1990, este Mosteiro da Dormição da Mãe de Deus em Hamatoura estava em ruínas, desabitado e esquecido desde os tempos de perseguição e da incansável espada da devastação mameluca. A igreja do mosteiro também precisava de reformas, pois havia sido vandalizada. Até que o Arquimandrita Panteleimon (Farah), que viveu em obediência ao Bem-aventurado Isaac (Attalah) e a [[Paísios do Monte Athos|São Paísios]], recebeu a visita de um mártir esquecido que o orientou a reconstruir seu mosteiro no Líbano, a terra natal do ancião Panteleimon. Este mártir, como se descobriu posteriormente, é São Jacó de Hamatoura.
  

Edição atual desde as 21h14min de 11 de outubro de 2022

São Jacó de Hamatoura

O Venerável Hieromártir Jacó de Hamatoura (séc. XIV) foi um monge do Mosteiro da Dormição da Mãe de Deus em Hamatoura, no Líbano. São Jacó foi perseguido e martirizado em defesa da Fé. Sua festa é comemorada em 13 de outubro.

Vida

Ícone da vida de São Jacó e da Mãe de Deus de Hamatoura

Muito pouco se sabe sobre a vida de São Jacó. Sabe-se que viveu por volta de 1350, no Líbano, e iniciou sua vida ascética no Mosteiro da Dormição da Mãe de Deus em Hamatoura. (ver panorâmica) Quando os mamelucos destruíram o local, São Jacó não perdeu as esperanças. Ao contrário, reestabeleceu o monasticismo na região em torno de suas ruínas e, mais tarde, conseguiu reconstruir o mosteiro, revigorando a vida monástica daquele local. Graças a isso, sua vivacidade espiritual se tornou conhecida, chamando a atenção também dos mamelucos - que queriam forçá-lo a se converter ao islamismo.

São Jacó permaneceu firme na Fé, e não cedeu às pressões. Percebendo a determinação do santo, forçaram-no a ir para a cidade de Tripoli, entregue ao governante local, que era muçulmano. Além de São Jacó, foram levados também outros monges e leigos, os quais viriam a ser martirizados com ele.

Por quase um ano, São Jacó suportou terríveis torturas. A despeito de todas as ameaças e das promessas que lhe fizeram, em momento algum renunciou à Fé Verdadeira. Percebendo que São Jacó não cederia, em 13 de outubro daquele ano, decidiram decapitá-lo. Além disso, queimaram seu corpo para garantir que São Jacó não fosse dignamente enterrado como um cristão nem venerado como mártir pela Fé.

As perseguições aos cristãos não cessaram, e o mosteiro foi abandonado diversas vezes durante a ocupação otomana na região. Por essa razão, a vida e o martírio de São Jacó de Hamatoura caíram no esquecimento por muitos anos.

Pós-vida

Ao longo do tempo, muitos contaram histórias de um santo milagroso aparecendo perto de Hamatoura, curando aqueles com enfermidades físicas e espirituais. Não esquecendo de seu povo e de sua habitação terrena, São Jacó continuou a consolar os sofredores e os doentes.

Visita ao Arquimandrita Panteleimon

Até o final dos anos 1990, este Mosteiro da Dormição da Mãe de Deus em Hamatoura estava em ruínas, desabitado e esquecido desde os tempos de perseguição e da incansável espada da devastação mameluca. A igreja do mosteiro também precisava de reformas, pois havia sido vandalizada. Até que o Arquimandrita Panteleimon (Farah), que viveu em obediência ao Bem-aventurado Isaac (Attalah) e a São Paísios, recebeu a visita de um mártir esquecido que o orientou a reconstruir seu mosteiro no Líbano, a terra natal do ancião Panteleimon. Este mártir, como se descobriu posteriormente, é São Jacó de Hamatoura.

Descoberta de suas relíquias

Relíquias de São Jacó de Hamatoura

São Jacó de Hamatoura só teve seu nome conhecido quando um Gerontikon [1] foi desenterrado no Mosteiro de Balamand. O manuscrito revela também a data de seu repouso e as maravilhas por ele realizadas.

O santo continuou aparecendo, às vezes, ouviam-no cantar na igreja e outras vezes abençoava ou consolava as pessoas. São Jacó apareceu para uma mulher, revelando onde estavam suas relíquias preciosas, no entanto os monges desconsideraram suas instruções.

Descoberta das relíquias de São Jacó

Suas santas relíquias foram descobertas em 3 de julho de 2008, durante as restaurações da igreja vandalizada do mosteiro. Ao retrabalhar o chão da igreja, descobriram um tesouro sagrado: cinco esqueletos estavam ali.

Quatro deles, homens adultos, mostravam sinais de martírio com ossos rachados e crânios quebrados. Um, uma criança pequena, de três anos, com sinais de martírio e cujos ossos emitem uma doce fragrância que preenche o ar. Outro, com sinais de tortura e decapitação, queimado pelo fogo. Dois dos homens, sendo este último São Jacó, confirmam a história do santo escrito no Gerontikon: que morreu aos 50 anos sozinho com mais um companheiro. O esqueleto da criança, os mártires e o nome do companheiro de São Jacó são desconhecidos, mas são tratados com reverência pelos monges por seu martírio e pelo fato de terem sido enterrados sob o piso da igreja.

Suas santas relíquias não foram enterradas em túmulos comuns, mas ao centro da igreja, de uma maneira apressada - indicando que havia perseguições naquele período, além de que já eram consideradas sagradas por quem as enterrou.

Em 13 de outubro de 2002, a memória de São Jacó de Hamatoura foi comemorada pela primeira vez, em uma vigília noturna.

São Jacó, apesar das circunstâncias sociais que cercaram sua vida naqueles tempos, praticou o amor do Senhor até os limites máximos. É por isso que ele aceitou o sofrimento e a dificuldade com alegria e prazer, e não aceitou ser salvo pela sociedade que lhe ofereceu a falsa fé. Ele não aceitou o que reinava em sua sociedade. Em vez disso, ele aceitou ser desafiador, não por egoísmo ou orgulho, mas porque conhecia a Verdade. Quando enunciamos o verbo 'conhecia', significa que ele tinha experiência com Deus, porque a verdadeira fé é para que conheçamos Ele, o verdadeiro Deus, e o Seu Filho, que Ele enviou, Jesus Cristo. 'Ele O conhece', não sabe sobre Ele intelectualmente. O intelecto humano não é capaz de compreender o pensamento divino. No entanto, é capaz de conhecê-Lo, isto é, obter a experiência da vida prática através da oração, dos Santos Mistérios e da leitura das Escrituras Sagradas.
É assim que o santo viveu, inabalável, suportando sofrimento e dificuldades até a morte, e sendo difamado como vemos hoje em nossos dias. O pensamento é o mesmo porque sua fonte é o Maligno. (...) Que São Jacó de Hamatoura interceda por todos nós. Que ele facilite nosso caminho em todo bom trabalho que agrada a Deus. Sejamos corrigidos por Ele e andemos de um modo que Lhe agrade, desprezando toda concupiscência e todo desejo que o mundo nos oferece, para que possamos despir, como o Senhor disse, este mundo, sendo elevado ao Seu amor. Amém.
Trecho da Homilia do Arquimandrita Pandeleimon (Farah) sobre São Jacó de Hamatoura

Ligações Externas

Referências

  1. Um volume de hagiografias, compilação de biografias de santos.