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O '''Santo Hieromártir Inácio, Bispo de Antioquia''', portando também o título de '''Teóforo''', foi um grande [[Padres Apostólicos|Padre Apostólico]] e primaz do Patriarcado de Antioquia e Todo o Oriente. Sua festa é celebrada no dia [[20 de dezembro]].
  
 
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Segundo a Santa Tradição, esse menino viria a ser Santo Inácio, segundo Bispo de Antioquia. Seu epíteto “Teóforo” (''Portador de Deus''), deu-se devido a ele possuir Deus em seu coração e manter com sucesso a oração perpétua a Ele.
 
Segundo a Santa Tradição, esse menino viria a ser Santo Inácio, segundo Bispo de Antioquia. Seu epíteto “Teóforo” (''Portador de Deus''), deu-se devido a ele possuir Deus em seu coração e manter com sucesso a oração perpétua a Ele.
  
Santo Inácio foi, juntamente com [[Policarpo de Esmirna|São Policarpo, Bispo de Esmirna]], discípulo do santo Apóstolo João.
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Santo Inácio foi, juntamente com [[Policarpo de Esmirna|São Policarpo, Bispo de Esmirna]] (69–156), discípulo do santo Apóstolo João. Como Bispo de Antioquia, Santo Inácio era zeloso e não media esforços para expandir a Igreja de Cristo. A partir de uma visão dos anjos no Céu cantando alternadamente louvores ao Senhor, Santo Inácio dividiu seu coral da mesma forma, sendo a ele atribuída a prática das antífonas (canto em dois coros) durante os ofícios litúrgicos.
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No ano 106, o Imperador Trajano (53–117), voltando de suas vitoriosas campanhas militares, ordenou que todo o império desse graças aos deuses pagãos, e morte àqueles que se negassem. No ano seguinte, Trajano passava pela província da Síria, quando foi informado de Inácio, um bispo de confessava abertamente a Cristo e ensinava a desprezar as riquezas, viver virtuosamente e preservar a virgindade. Santo Inácio apresentou-se voluntariamente ao imperador, para adverti-lo da perseguição de cristãos em Antioquia, além de negar seus vários pedidos para oferecer sacrifícios aos ídolos. O imperador, então, decidiu enviá-lo a Roma para ser jogado aos animais selvagens, e Santo Inácio alegremente aceitou sua sentença. Sua ansiedade pelo martírio foi atestada por uma testemunha, que o acompanhou até Roma.
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No caminho a Roma, o barco fez uma parada em Esmirna, na costa oeste da Anatólia, onde Santo Inácio se reencontrou com São Policarpo e outros cristãos da região. Lá, ele os exortou em ajudá-lo através de suas orações, para que Deus o desse forças em seu iminente martírio por Cristo. Em um trecho de sua Epístola aos Romanos, lê-se:
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: A Ele é que procuro, que morreu por nós; quero Aquele que ressuscitou por nossa causa. Aguarda-me o meu nascimento. Perdoai-me, irmãos: não queirais impedir-me de viver, não queirais que eu morra; ao que quer ser de Deus não o presenteeis ao mundo nem o seduzais com a matéria. Permiti que receba luz pura: quando lá chegar serei homem. Permiti que seja imitador do sofrimento de meu Deus. Se alguém o possui dentro de si, há de saber o que quero e se compadecerá de mim, porque conhece o que me impulsiona. […] Meu amor está crucificado e não há em mim fogo para amar a matéria; pelo contrário, água viva murmurando dentro de mim, falando-me ao interior: Vamos ao Pai!<ref>[https://www.veritatis.com.br/carta-de-santo-inacio-de-antioquia-aos-romanos/ Epístola de Santo Inácio aos Romanos, 5]</ref>
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De Esmirna, Santo Inácio foi a Trôade (150 quilômetros ao norte), onde recebeu com alegria as notícias do fim da perseguição de cristãos em Antioquia. De lá, foi para Neápolis (na Macedônia), Filipos e então Roma. No caminho, Santo Inácio visitou diversas igrejas, instruindo os cristãos de lá, e também escreveu diversas epístolas aos cristãos de Éfeso, Magnésia, Trales, Roma e Filadélfia, além de uma a São Policarpo.
  
 
== Referências ==
 
== Referências ==

Revisão das 21h06min de 20 de dezembro de 2019

Santo Inácio.

O Santo Hieromártir Inácio, Bispo de Antioquia, portando também o título de Teóforo, foi um grande Padre Apostólico e primaz do Patriarcado de Antioquia e Todo o Oriente. Sua festa é celebrada no dia 20 de dezembro.

Vida

Conforme relatado pelos santos evangelistas Mateus, Marcos e Lucas, após a Transfiguração do Senhor, os santos apóstolos perguntavam entre si qual deles seria o maior no Reino dos Céus, mas temiam fazer essa pergunta a Jesus Cristo. Então, penetrando-Se em seus pensamentos, o Senhor tomou uma criancinha e os disse:

“Em verdade vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos Céus. Aquele que se fizer humilde como esta criança será maior no Reino dos Céus. E o que recebe em meu nome a um menino como este, é a mim que recebe. Mas, se alguém fizer cair em pecado um destes pequenos que creem em mim, melhor fora que lhe atassem ao pescoço a mó de um moinho e o lançassem no fundo do mar.”[1]

Segundo a Santa Tradição, esse menino viria a ser Santo Inácio, segundo Bispo de Antioquia. Seu epíteto “Teóforo” (Portador de Deus), deu-se devido a ele possuir Deus em seu coração e manter com sucesso a oração perpétua a Ele.

Santo Inácio foi, juntamente com São Policarpo, Bispo de Esmirna (69–156), discípulo do santo Apóstolo João. Como Bispo de Antioquia, Santo Inácio era zeloso e não media esforços para expandir a Igreja de Cristo. A partir de uma visão dos anjos no Céu cantando alternadamente louvores ao Senhor, Santo Inácio dividiu seu coral da mesma forma, sendo a ele atribuída a prática das antífonas (canto em dois coros) durante os ofícios litúrgicos.

No ano 106, o Imperador Trajano (53–117), voltando de suas vitoriosas campanhas militares, ordenou que todo o império desse graças aos deuses pagãos, e morte àqueles que se negassem. No ano seguinte, Trajano passava pela província da Síria, quando foi informado de Inácio, um bispo de confessava abertamente a Cristo e ensinava a desprezar as riquezas, viver virtuosamente e preservar a virgindade. Santo Inácio apresentou-se voluntariamente ao imperador, para adverti-lo da perseguição de cristãos em Antioquia, além de negar seus vários pedidos para oferecer sacrifícios aos ídolos. O imperador, então, decidiu enviá-lo a Roma para ser jogado aos animais selvagens, e Santo Inácio alegremente aceitou sua sentença. Sua ansiedade pelo martírio foi atestada por uma testemunha, que o acompanhou até Roma.

No caminho a Roma, o barco fez uma parada em Esmirna, na costa oeste da Anatólia, onde Santo Inácio se reencontrou com São Policarpo e outros cristãos da região. Lá, ele os exortou em ajudá-lo através de suas orações, para que Deus o desse forças em seu iminente martírio por Cristo. Em um trecho de sua Epístola aos Romanos, lê-se:

A Ele é que procuro, que morreu por nós; quero Aquele que ressuscitou por nossa causa. Aguarda-me o meu nascimento. Perdoai-me, irmãos: não queirais impedir-me de viver, não queirais que eu morra; ao que quer ser de Deus não o presenteeis ao mundo nem o seduzais com a matéria. Permiti que receba luz pura: quando lá chegar serei homem. Permiti que seja imitador do sofrimento de meu Deus. Se alguém o possui dentro de si, há de saber o que quero e se compadecerá de mim, porque conhece o que me impulsiona. […] Meu amor está crucificado e não há em mim fogo para amar a matéria; pelo contrário, água viva murmurando dentro de mim, falando-me ao interior: Vamos ao Pai![2]

De Esmirna, Santo Inácio foi a Trôade (150 quilômetros ao norte), onde recebeu com alegria as notícias do fim da perseguição de cristãos em Antioquia. De lá, foi para Neápolis (na Macedônia), Filipos e então Roma. No caminho, Santo Inácio visitou diversas igrejas, instruindo os cristãos de lá, e também escreveu diversas epístolas aos cristãos de Éfeso, Magnésia, Trales, Roma e Filadélfia, além de uma a São Policarpo.

Referências

  1. Mateus 18:1–7, Marcos 10:13–16 e Lucas 9:46–48
  2. Epístola de Santo Inácio aos Romanos, 5