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A construção da igreja teve início em 11 de agosto de 1935, com o colocação solene da pedra fundamental pelo Arcebispo de São Paulo e Brasil [[Feodosy (Samoilovich) de São Paulo|Feodosy (Samoilovich)]] e pelo metropolita de Tiro-Sidon Iliá da [[Igreja de Antioquia|Igreja Antioquina]]. Praticamente todas as famílias russas, que então moravam no Rio de Janeiro, contribuíram para a construção e efetivamente trabalharam na obra em horários livres, e graças a isso a igreja foi construída em tempo recorde, mesmo para os padrões atuais. Com o término da construção, estava formada uma comunidade paroquial forte e numerosa.  
  
 
Em 29 de agosto de 1937, na presença de um grande número de fiéis, o Arcebispo Feodosy consagrou a igreja e o seu altar à memória de Santa Mártir Zenaide (celebrada em 24 de outubro). O primeiro pároco da igreja de Santa Zenaide foi o padre [[Georgy (Gordov)]], um advogado que havia governado uma pequena cidade da Crimeia antes da revolução.
 
Em 29 de agosto de 1937, na presença de um grande número de fiéis, o Arcebispo Feodosy consagrou a igreja e o seu altar à memória de Santa Mártir Zenaide (celebrada em 24 de outubro). O primeiro pároco da igreja de Santa Zenaide foi o padre [[Georgy (Gordov)]], um advogado que havia governado uma pequena cidade da Crimeia antes da revolução.

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Igreja de Santa Mártir Zenaide

A Igreja de Santa Mártir Zenaide é um templo localizado no tradicional bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro, Brasil, edificado por imigrantes que buscavam exílio das perseguições religiosas no início do século XX. É a única paróquia em todo o mundo edificada em honra à Santa Mártir Zenaide.

Está atualmente sob a jurisdição da Eparquia da Argentina e América do Sul, Patriarcado de Moscou.

História

Imigração

No ano de 1921 chegavam ao Rio de Janeiro, a maior cidade do Brasil e a então capital, cerca de mil e quinhentos russos refugiados da Revolução Russa que se encontravam na Europa. A primeira leva chegou em 21 de julho, no navio francês Acquitaine, com 650 refugiados russos provenientes dos campos de Galipoli, Lemnos e Constantinopla, na Turquia; e em 2 de agosto, com a chegada do navio Provence, trazendo o segundo grupo com 750 russos dos quais 400 permaneceram no Brasil.

Os russos recém-chegados organizaram sua comunidade religiosa (denominada em honra a São Jorge da Capadócia), mas por mais de dez anos, devido a falta de clero russo e de um local propriamente adequado para a oração em comum e para reuniões, tiveram que se tornar paroquianos Igreja de São Nicolau dos antioquinos.

Formação da comunidade

Em 1930 a comunidade enviou uma carta à Paris, dirigida ao Metropolita Evlogy (Georgievsky), que era o então administrador das paróquias ortodoxas russas na Europa Ocidental, rogando que enviasse um sacerdote ao Brasil para atender a colônia russa. O Metropolita Evlogy foi solícito ao pedido e por seu decreto o hieromonge Mikhei (Ordyntsev), que se encontrava no Peru, foi enviado ao Rio de Janeiro (mais tarde transferiu-se para a cidade de São Paulo).

Em 28 de abril de 1933, na reunião de organização do Conselho paroquial, N.M. Shchelkunov propôs a construção de uma igreja própria e foi, ele mesmo, encarregado de elaborar o Estatuto da paróquia. Somente em 1934, após o registro da comunidade ortodoxa russa como pessoa jurídica, foi possível aos russos adquirir em seu nome, com pagamento em prestações, um terreno no bairro Santa Teresa para construir a sua própria igreja (o último pagamento foi efetuado em 1941). A aquisição do terreno em Santa Teresa deve-se em parte ao fato de que o bairro era servido por várias linhas de bondes. Para angariar os recursos necessários à construção a comunidade russa do Rio organizava concertos, bailes, apresentações e tardes teatrais.

O projeto, no estilo das igrejas russas (Pskov) do final do século XYI — início do século XIV, bem como as plantas da obra foram feitas pelo engenheiro Konstantin Dmitrievich Trofimov, que combinou de modo admirável os conhecimentos técnicos com a sua vocação de arqueólogo e conhecedor da arquitetura sacra da Rússia Antiga (em 1939 ele foi ordenado sacerdote e permaneceu como pároco da igreja até o ano de 1950). O acompanhamento da obra coube ao arquiteto Gleb Konstantinovich Sakharov.

Quando a edificação estava para ser iniciada, falece a esposa do arquiteto Gleb e ele oferece uma soma grande em dinheiro para a construção, com a condição de que a igreja fosse consagrada em honra à santa de devoção de sua esposa, que não era famosa e muito menos de grande devoção popular: a Santa Mártir Zenaide. Dá-se então início ao primeiro templo edificado em honra à santa anárgira de Tarso.

Construção e consagração da Igreja

A construção da igreja teve início em 11 de agosto de 1935, com o colocação solene da pedra fundamental pelo Arcebispo de São Paulo e Brasil Feodosy (Samoilovich) e pelo metropolita de Tiro-Sidon Iliá da Igreja Antioquina. Praticamente todas as famílias russas, que então moravam no Rio de Janeiro, contribuíram para a construção e efetivamente trabalharam na obra em horários livres, e graças a isso a igreja foi construída em tempo recorde, mesmo para os padrões atuais. Com o término da construção, estava formada uma comunidade paroquial forte e numerosa.

Em 29 de agosto de 1937, na presença de um grande número de fiéis, o Arcebispo Feodosy consagrou a igreja e o seu altar à memória de Santa Mártir Zenaide (celebrada em 24 de outubro). O primeiro pároco da igreja de Santa Zenaide foi o padre Georgy (Gordov), um advogado que havia governado uma pequena cidade da Crimeia antes da revolução.

Segunda onda de imigrantes

Após o primeiro fluxo da emigração da Rússia e da França para o Rio (1921-1924), a comunidade recebeu uma onda de numerosos emigrantes russos da Europa pós-guerra (1947-1955) e depois uma ainda maior da China.

Com a chegada ao Brasil dos russos emigrados da China, país em que até os anos 40 a vida da Igreja era bastante intensa, teve início uma nova página na história desta igreja entre os anos de 1950 e 1963, com um novo florescimento na vida paroquial e da comunidade. O coral dirigido pelo incansável regente Boris Evgenievich Kirillov, vindo com sua família de Harbin (China), chegou a ter nos melhores momentos 25 cantores.

De 1956 a 1959 a comunidade bancou obras de contenção do terreno e a reconstrução das edificações existentes. Para isso uma grande soma foi oferecida pelo paroquiano Aleksandrr Mikhailovich Sinkovsky. Neste período assinalado (1956-1959) o pároco da igreja foi o padre Nikolai (Paderin), que em 1967 foi consagrado Bispo do Rio de Janeiro (com o nome de Bispo Nikandr) e vigário do Arcebispo Feodosy em São Paulo, tornando-se, após a sua morte, o dirigente (arcebispo) da Eparquia de São Paulo e todo o Brasil da Igreja Ortodoxa Russa no Estrangeiro. De 1937 a 1976 a Igreja de Santa Zenaide permaneceu sob a jurisdição da Igreja Ortodoxa Russa fora da Rússia.

Conflitos na paróquia: Entrada à OCA

Em 1964 teve lugar um acontecimento na paróquia, com pesadas consequências espirituais para a igreja e para toda a colônia russa no Rio de Janeiro. Houve um conflito entre o padre e parte dos paroquianos. O Conselho Paroquial de então, o coral e metade dos paroquianos retiraram-se desta paróquia e passaram para a igreja de Pokrovsk em Niterói. Teve início um longo processo judicial, e em 1968 o então pároco Vasily (Pavlovsky) foi proibido de exercer o serviço religioso pelo Sínodo da Igreja Ortodoxa Russa no Estrangeiro devido à sua recusa em obedecer às ordens da seus superiores eclesiásticos. Em 1969 foi deposto do sacerdócio, porém continuou a exercer os serviços religiosos sem autorização.

Por iniciativa de Vasily e com o apoio dos paroquianos restantes, em 1976 a paróquia passou para a Igreja Ortodoxa na América (OCA), uma jurisdição filha do Patriarcado de Moscou que havia recebido o status de igreja autocéfala. Com isso padre Vasily assume oficialmente a direção da paróquia. Após a sua morte, em 1988, as celebrações passaram a ser realizadas pelo Arcipreste Anatoly (Topala), pároco da Igreja de São Sérgio de Radonezh (Patriarcado de Moscou) em Porto Alegre.

Entrada ao Patriarcado de Moscou

A partir de 1998 a Igreja de Santa Zenaide foi frequentemente assistida no serviço religioso pelo Metropolita Platão (Udovenko), da Diocese da Argentina e América do Sul.

No começo de 1999, por deliberação em assembléia geral, na presença do vice-presidente do Departamento de Relações Exteriores do Patriarcado de Moscou, Arquimandrita Theofan (Ashurkov) (mais tarde bispo de Stavropol e Vladikavkaz), a comunidade manifestou o desejo de passar para a jurisdição do Patriarca de Moscou e toda a Rússia, o que veio a ocorrer naquele mesmo ano. O novo Estatuto da paróquia, aprovado em assembléia geral dos paroquianos e atualmente em vigência foi registrado no Ministério da Justiça do Brasil em 27 de janeiro de 2000 e em Cartório de Notas no Rio de Janeiro em 10 de fevereiro de 2000.

De janeiro de 2000 a outubro de 2001, sendo pároco o abade Sergy (Zyatkov), foi parcialmente reformada a casa paroquial e concretado o pátio da igreja com recursos do Patriarcado de Moscou e doações dos paroquianos. Em 6 de outubro de 2001 o Santo Sínodo da Igreja Ortodoxa Russa designou como pároco o sacerdote Pavel (Feoktistov).

Em 2002 a comunidade russa do Rio de Janeiro festejava solenemente o 65° aniversário da consagração da igreja. Em sua mensagem de congratulações o Presidente do Departamento de Relações Exteriores, Metropolita Cirilo (Gundyayev) de Smolensk e Kaliningrado (mais tarde Patriarca Cirilo de Moscou e toda a Rússia) assinalou que a igreja da Santa Mártir Zenaide “continua sendo para os nossos compatriotas a expressão dos vivos laços que os ligam à distante, mas infinitamente querida terra natal” e “a comunidade, consolidada pela unidade na fé e no amor, continua servindo ao alto objetivo de reunir os filhos de Deus dispersos e levá-los à proteção da Santa Igreja”.

Grande reforma e reconsagração do templo

Em dezembro de 2003, com recursos do Patriarcado de Moscou, teve início a primeira grande reforma da sua história, na qual realizou-se o revestimento do altar e da parede da iconostase com mármore branco combinando com granito azul da Bahia e com uma variedade especial de madeira de Carvalho natural do Brasil. Graças às doações, foram restaurados os ícones da igreja.

Em 19 de fevereiro teve lugar a cerimônia solene da reconsagração da igreja, realizada pelos Metropolita Cirilo de Smolensk e Kaliningrado, Presidente do Departamento de Relações Exteriores do Patriarcado de Moscou e pelo Metropolita Platão da Argentina e América do Sul, concelebrada com o clero do decanato brasileiro.

Na base do altar e no corporal doado pelo Patriarca Aleixo II de Moscou e de toda a Rússia foram colocadas as relíquias do Hieromártir Sérgio de Rakvere, um dos Novos-Mártires do século XX que sofreu durante a perseguição comunista.

Uma porta de entrada aos brasileiros no Rio de Janeiro

Fontes