Gregório, o Teólogo
São Gregório | |
o Teólogo Arcebispo de Constantinopla |
São Gregório, o Teólogo (também conhecido como de Nazianzo; em grego: Γρηγόριος ὁ Θεολόγος ou ὁ Ναζιανζηνός) foi Patriarca de Constantinopla e um influente teólogo, pertenceu à teófora família de São Gregório e Santa Nona e foi irmão de Santa Gorgônia e São Cesário. Sua memória é comemorada em 25 de janeiro. É considerado, com São Basílio e São João Crisóstomo, um dos Três Santos Hierarcas, cuja festa é comemorada em 30 de janeiro. É também conhecido como um dos Padres Capadócios.
Vida
Gregório nasceu em 329, na era do santo Patriarca Eustácio de Antioquia (325–330) e do santo Imperador Constantino I de Roma (306–337), no pequeno vilarejo de Arianzo, distante dez quilômetros da cidade de Nazianzo na Capadócia (atual Turquia central). Primogênito, recebeu o nome de seu pai, Gregório, ao nascer. Seu pai e sua mãe, Nona, pertenciam à seita dos hipsistarianos, uma seita que sincretizava o paganismo com o judaísmo, adorando um deus único que se revelava através das chamas e mantendo o sábado e os jejuns prescritos, porém negando a Cristo e à verdade do Evangelho. Como possuíam grandes riquezas, faziam de suas terras em Arianzo uma colônia de seguidores dessa seita, que refugiavam-se para não serem denunciados por traição ao império. Essa colônia era conhecida nos mapas como “Carbala”.
Em 325, um ano após São Constantino derrotar o ímpio Imperador Licínio (308–324) e por fim à Grande Perseguição no Oriente, o Primeiro Concílio Ecumênico foi convocado pelo santo na grande cidade de Niceia na Bitínia, e a Fé cristã triunfou sobre todo o império. Nona, conhecendo mais sobre a Fé verdadeira, transmitiu tudo o que ouvira para seu esposo, e orava diariamente para que a vontade do Deus verdadeiro fosse feita. Mesmo cegos pelo paganismo, Gregório e Nona viviam em nobreza e justiça para com todos, e o amor em seus corações permitiu que a chama de Deus se acendesse neles. Naquele ano, os piedosos Gregório e Nona encontraram um sacerdote cristão e rogaram pelo Santo Batismo.
Após serem catequizados com o que restara-lhes saber sobre a Fé, ambos tiveram a vida passada apagada pelas águas do batismo. Gregório ajudou na construção de uma igreja em Nazianzo e, assim que foi concluída, mudou-se para lá com sua esposa Nona. Passando a servir à Igreja com muito zelo e dedicação, Gregório tornou-se sacerdote, provavelmente pelas mãos do Bispo Eufrásio de Garsaura (c. 325–?), uma cidade trinta quilômetros ao oeste de Nazianzo.
Em meados de 328, a Arquidiocese de Cesareia na Capadócia dignificou a cidade de Nazianzo para tornar-se uma nova diocese, separada de Garsaura.
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Não tardou até que se juntasse à hierarquia da Igreja, tornando-se Bispo de Nazianzo. Dessa forma, seu filho Gregório foi, desde a infância, introduzido à mais alta educação cristã, pois via em sua própria família os preceitos e o testemunho de Jesus Cristo. Na adolescência, Gregório foi presenteado por seu pai com mestres que lhe ensinaram a mais completa filosofia.
Sua dedicação aos estudos transformou-o num autodidata e num mestre de virtudes. Ele foi tão profundamente vitorioso pelo brilho de sua vida, por sua tão estimada reputação e por ter alcançado o ponto mais alto da teoria divina que suas palavras e doutrinas prevaleceram sobre qualquer conflito de sua época. Desse modo, São Gregório foi conhecido pelo povo pelo epíteto de “o Teólogo”. Em todos os seus dizeres, São Gregório enfatizava a Santíssima Trindade como uma em essência e consubstancial, ao contrário de seus adversários arianos que negavam a divindade de Cristo.
Para preservar seu santo de ser tratado como um deus pelo povo, Cristo permitiu que uma cicatriz em seu olho perdurasse por toda a sua vida, para lembrar a todos de sua condição humana e de como tanto seu esforço como sua Fé o colocaram tão próximo do Reino de Deus. Tratava-se de um acidente ocorrido na infância de São Gregório, em que um galho com o qual brincava partiu e atingiu seu olho direito até o crânio. Tamanha foi a gravidade do acidente que o jovem garoto precisou passar muito tempo em recuperação, estando sua visão ofuscada. Considerando-se tolo e impuro para servir a Deus, São Gregório amargurou-se e chorou por longos dias, até que sua visão fosse totalmente restaurada pelas suas lágrimas. Ainda assim, a cicatriz permaneceu para sempre em seu olho.
Pós-vida
Até o século X, suas relíquias permaneceram na catedral da Diocese de Nazianzo para que os cristãos pudessem venerá-lo e pedir por suas intercessões. Na era do Imperador Constantino VII de Roma (913–959), as relíquias foram transportadas para Constantinopla e depositadas na Igreja dos Santos Apóstolos, junto às relíquias dos santos apóstolos Timóteo, André e Lucas, de São João, o Crisóstomo e de São Nicéforo I, Patriarca de Constantinopla (806–815).
No início século XIII, durante as Cruzadas, os hereges latinos saquearam a cidade de Constantinopla. Antes que a Igreja dos Santos Apóstolos fosse invadida e dessacralizada, o sagrado crânio de São Gregório foi levado em segredo ao Mosteiro de Vatopedi no Monte Atos junto às relíquias de alguns outros santos. As relíquias que restaram na igreja, bem como os itens litúrgicos foram todos destruídos e roubados pelos latinos.
O crânio de São Gregório, mantido até hoje no Mosteiro de Vatopedi, possui uma pequena rachadura devida ao acidente que o santo teve com o galho em sua infância.
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