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Em meio à opressão safávida, Deus presenteou seu piedoso servo Assotão, agora vassalo dos persas, com Gativanda. Ele, entretanto, não pôde acompanhar a vida de sua única filha, pois foi assassinado durante uma batalha nas montanhas do norte enquanto ela ainda era um bebê; sua morte deu-se no primeiro ano da era do Patriarca Nicolau IV da Geórgia (1560–1584). O Principado da Mucarânia foi rapidamente tomado por Vactangue, irmão de Assotão e que co-governava com ele, e Gativanda pôde crescer nos mais piedosos moldes cristãos refugiada nas montanhas do sul.
 
Em meio à opressão safávida, Deus presenteou seu piedoso servo Assotão, agora vassalo dos persas, com Gativanda. Ele, entretanto, não pôde acompanhar a vida de sua única filha, pois foi assassinado durante uma batalha nas montanhas do norte enquanto ela ainda era um bebê; sua morte deu-se no primeiro ano da era do Patriarca Nicolau IV da Geórgia (1560–1584). O Principado da Mucarânia foi rapidamente tomado por Vactangue, irmão de Assotão e que co-governava com ele, e Gativanda pôde crescer nos mais piedosos moldes cristãos refugiada nas montanhas do sul.
  
Depois de muito tempo, aos vinte anos de idade, a caridosa Gativanda casou-se com seu sobrinho de quinto grau, o então Príncipe Davi, que à época possuía doze anos de idade, filho do Rei Alexandre II da Cachétia. Quando Davi fez seus vinte anos de idade, seu pai formalizou uma aliança com São Teodoro I, Imperador da Rússia (1584–1598), para repelir os ataques islâmicos ao seu reino, e a Cachétia pôde desfrutar de um período de paz e segurança.
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Depois de muito tempo, aos vinte anos de idade, a caridosa Gativanda casou-se com seu sobrinho de quinto grau, o então Príncipe Davi, que à época possuía doze anos de idade, filho do Rei Alexandre II da Cachétia. Quando Davi fez seus vinte anos de idade, seu pai formalizou uma aliança com São Teodoro I, Imperador da Rússia (1584–1598), para repelir os ataques islâmicos ao seu reino, e a Cachétia pôde desfrutar de um período de paz e segurança em meio à dominação persa. Nessa época, Davi e Santa Gativanda foram agraciados com quatro filhos: Teimuraz, Vactangue, Helena e Marta; provavelmente todos tomados como prisioneiros pelos persas e levados à corte do Imperador Abas, o Grande (1588–1629), quando ainda eram crianças.
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Em 1601, já com setenta e quatro anos de vida, Alexandre II adoeceu, e a ambição pelo poder subiu à cabeça de seu filho, que à época possuía trinta e dois anos de idade. Quando seu irmão mais novo, o Príncipe Jorge, foi confiado para guiar o reino enquanto seu pai se recuperava, Davi invadiu o palácio com suas tropas e exilou seu próprio pai num mosteiro, enquanto que Jorge fugia para salvar sua vida. Foi assim que, aos quarenta e um anos de idade, Santa Gativanda foi coroada Rainha da Cachétia contra sua vontade.
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A santa rainha via-se impossibilitada de conciliar sua vida de oração com suas novas responsabilidades, e rogou ao Senhor para que Ele a livrasse da morte espiritual. Deus ouviu suas orações e, no ano seguinte, Davi caiu enfermo e morreu. Na volta de Alexandre II, Santa Gativanda alegremente retornou sua coroa à Rainha Tinatina (1574–1605) e, livre de seu fardo, dedicou sua vida à caridade e à providência dos mosteiros e das igrejas georgianas.
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Em 1605, Alexandre II foi assassinado juntamente com Jorge pelo seu próprio filho, Constantino I, após terem-no recebido com estima no Xirvão (atual Azerbaijão). Como Constantino havia crescido na Pérsia, converteu-se ao islã ainda em tenra idade, e à época estava lutando contra os otomanos quando aproximou-se do território de seu pai. Por negarem participar da luta entre xiitas persas e sunitas otomanos, Constantino assassinou-os e corou-se Rei da Cachétia.
  
 
== Referências ==
 
== Referências ==

Revisão das 05h13min de 14 de agosto de 2020

Santa Gativanda.

A Mais Ortodoxa Santa Rainha e Megalomártir Gativanda da Cachétia (séc. XVII) foi uma rainha da Cachétia, um reino no leste da Geórgia. Sua memória é comemorada pela Igreja no dia 13 de setembro.

Vida

Gativanda nasceu no século XVI, próximo ao ano de 1560, filha do Príncipe Assotão I da Mucarânia na Cártlia (ao noroeste de Tiblissi), um benfeitor do Mosteiro de Iverão na Montanha Santa e das igrejas georgianas. Naquele tempo, crises dentro da linhagem real destruíram completamente a unidade nacional da Geórgia em diversos reinos, e irmãos declaravam guerra uns aos outros. Isso resultou na anexação da santa terra georgiana pelos islâmicos, que repartiram o país em dois: a Cártlia e a Cachétia, no leste, tornaram-se possessões do Império Safávida, enquanto que o oeste foi tomado pelo Império Otomano.

Em meio à opressão safávida, Deus presenteou seu piedoso servo Assotão, agora vassalo dos persas, com Gativanda. Ele, entretanto, não pôde acompanhar a vida de sua única filha, pois foi assassinado durante uma batalha nas montanhas do norte enquanto ela ainda era um bebê; sua morte deu-se no primeiro ano da era do Patriarca Nicolau IV da Geórgia (1560–1584). O Principado da Mucarânia foi rapidamente tomado por Vactangue, irmão de Assotão e que co-governava com ele, e Gativanda pôde crescer nos mais piedosos moldes cristãos refugiada nas montanhas do sul.

Depois de muito tempo, aos vinte anos de idade, a caridosa Gativanda casou-se com seu sobrinho de quinto grau, o então Príncipe Davi, que à época possuía doze anos de idade, filho do Rei Alexandre II da Cachétia. Quando Davi fez seus vinte anos de idade, seu pai formalizou uma aliança com São Teodoro I, Imperador da Rússia (1584–1598), para repelir os ataques islâmicos ao seu reino, e a Cachétia pôde desfrutar de um período de paz e segurança em meio à dominação persa. Nessa época, Davi e Santa Gativanda foram agraciados com quatro filhos: Teimuraz, Vactangue, Helena e Marta; provavelmente todos tomados como prisioneiros pelos persas e levados à corte do Imperador Abas, o Grande (1588–1629), quando ainda eram crianças.

Em 1601, já com setenta e quatro anos de vida, Alexandre II adoeceu, e a ambição pelo poder subiu à cabeça de seu filho, que à época possuía trinta e dois anos de idade. Quando seu irmão mais novo, o Príncipe Jorge, foi confiado para guiar o reino enquanto seu pai se recuperava, Davi invadiu o palácio com suas tropas e exilou seu próprio pai num mosteiro, enquanto que Jorge fugia para salvar sua vida. Foi assim que, aos quarenta e um anos de idade, Santa Gativanda foi coroada Rainha da Cachétia contra sua vontade.

A santa rainha via-se impossibilitada de conciliar sua vida de oração com suas novas responsabilidades, e rogou ao Senhor para que Ele a livrasse da morte espiritual. Deus ouviu suas orações e, no ano seguinte, Davi caiu enfermo e morreu. Na volta de Alexandre II, Santa Gativanda alegremente retornou sua coroa à Rainha Tinatina (1574–1605) e, livre de seu fardo, dedicou sua vida à caridade e à providência dos mosteiros e das igrejas georgianas.

Em 1605, Alexandre II foi assassinado juntamente com Jorge pelo seu próprio filho, Constantino I, após terem-no recebido com estima no Xirvão (atual Azerbaijão). Como Constantino havia crescido na Pérsia, converteu-se ao islã ainda em tenra idade, e à época estava lutando contra os otomanos quando aproximou-se do território de seu pai. Por negarem participar da luta entre xiitas persas e sunitas otomanos, Constantino assassinou-os e corou-se Rei da Cachétia.

Referências

  • São Nicolau, Bispo de Ócrida (2002). O prólogo de Ócrida. Volume segundo.

Ligações externas