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Arquimandrita Filomeno (em grego: Φιλουμενος; transl. ''Filoumenos''), nascido Sófocles Hasapias (em grego: Σοφοκλής Χασάπης; transl. ''Sofloklis Hasapis''), nasceu na aldeia de Orounta, na Província de Morphou, Chipre, filho de Jorge e Madalema Hasapis. Possuía um irmão gêmeo, Elpídio, que posteriormente também veio a se tornar um arquimandrita. Apesar de serem de Orounta, frequentavam a [[Igreja de São Savvas (Nicósia, Chipre)|Igreja de São Savvas]] em Nicósia, pois seu pai possuía sua própria pousada e uma padaria nesta localidade.<ref name="dois">Rev. Pe. Edward Pehanich. ''[http://www.acrod.org/assets/files/PDFS/Messenger/CM%20-%201-08_Web.pdf Father Philoumenos of Jacobs Well 1913-1979]''. The Church Messenger, American Carpatho-Russian Orthodox Diocese of the U.S.A. Volume LXIV, Número 1, 27 de Janeiro de 2008. Página 7. (em inglês)</ref>  
 
Arquimandrita Filomeno (em grego: Φιλουμενος; transl. ''Filoumenos''), nascido Sófocles Hasapias (em grego: Σοφοκλής Χασάπης; transl. ''Sofloklis Hasapis''), nasceu na aldeia de Orounta, na Província de Morphou, Chipre, filho de Jorge e Madalema Hasapis. Possuía um irmão gêmeo, Elpídio, que posteriormente também veio a se tornar um arquimandrita. Apesar de serem de Orounta, frequentavam a [[Igreja de São Savvas (Nicósia, Chipre)|Igreja de São Savvas]] em Nicósia, pois seu pai possuía sua própria pousada e uma padaria nesta localidade.<ref name="dois">Rev. Pe. Edward Pehanich. ''[http://www.acrod.org/assets/files/PDFS/Messenger/CM%20-%201-08_Web.pdf Father Philoumenos of Jacobs Well 1913-1979]''. The Church Messenger, American Carpatho-Russian Orthodox Diocese of the U.S.A. Volume LXIV, Número 1, 27 de Janeiro de 2008. Página 7. (em inglês)</ref>  
  
Desde jovens ele e seu irmão já demonstravam um especial zelo pelas [[Sagradas Escrituras]], sendo inspirados em particular pela sua avó Loxontra, que, além de sua mãe, os influenciou no aprendizado dos caminhos da Igreja e o desenvolvimento de uma verdadeira consciência ortodoxa.<ref name="tres">[http://noctoc-noctoc.blogspot.com.br/2008/11/1979-cypriot-saint-philoumenos-who-was.html NOCTOC: Ο Κύπριος Άγιος Φιλούμενος που κατακρεούργησαν οι σιωνιστές Εβραίοι το 1979-The Cypriot Saint Philoumenos who was massacred by Zionist Jews in 1979]. Sábado, 29 de novembro de 2008.</ref>  
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Desde a juventude os dois irmãos já demonstravam um zelo especial pelas [[Sagradas Escrituras]], sendo inspirados em particular pela sua avó Loxontra, que além de sua mãe os influenciou no aprendizado dos caminhos da Igreja e o desenvolvimento de uma verdadeira consciência ortodoxa.<ref name="tres">[http://noctoc-noctoc.blogspot.com.br/2008/11/1979-cypriot-saint-philoumenos-who-was.html NOCTOC: Ο Κύπριος Άγιος Φιλούμενος που κατακρεούργησαν οι σιωνιστές Εβραίοι το 1979-The Cypriot Saint Philoumenos who was massacred by Zionist Jews in 1979]. Sábado, 29 de novembro de 2008.</ref>  
  
Juntamente com seu irmão Elídios, Filomeno mostrava um forte entusiasmo pela oração, lia frequentemente a [[Hagiografia|vida dos santos]] e aprendia os [[hinos]] da Igreja. Os dois irmãos foram tocados especialmente pela vida de [[São João, o "Kalyvitis"]], que de certa forma criou um impacto neles ao ponto de inspirá-los a querer seguir a vida monástica.
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Juntamente com seu irmão Elídios, Filomeno mostrava um forte entusiasmo pela oração, lia frequentemente a [[Hagiografia|vida dos santos]] e aprendia os [[hinos]] da Igreja. Os dois irmãos foram tocados especialmente pela vida de [[São João, o Kalyvitis]], que de certa forma criou um impacto neles ao ponto de inspirá-los a querer seguir a vida monástica.
  
Aos 14 anos de idade ambos ingressaram no antigo [[Monastério de Stavrovouni]], fundado pela [[Santa Imperatriz Helena]], onde permaneceram por cinco anos.<ref name="tres" />  
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Aos 14 anos de idade ambos ingressaram no antigo [[Monastério de Stavrovouni]], fundado pela [[Santa Imperatriz Helena]], onde permaneceram por cinco anos.<ref name="tres" />
  
 
===Na Terra Santa===
 
===Na Terra Santa===

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Ícone de São Filomeno, o Novo Hieromártir

São Filomeno do Poço de Jacó, também conhecido como São Filomeno, o Novo Hieromártir (15 de outubro de 1913 - 16 de novembro de 1979), era o arquimandrita do Monastério do Poço de Jacó, próximo de Samaria (agora Nablus, Cisjordânia), quando foi brutalmente martirizado por um grupo de judeus. Sua memória é celebrada pela Igreja no dia 29 de novembro.

Vida

Primeiros anos

Arquimandrita Filomeno (em grego: Φιλουμενος; transl. Filoumenos), nascido Sófocles Hasapias (em grego: Σοφοκλής Χασάπης; transl. Sofloklis Hasapis), nasceu na aldeia de Orounta, na Província de Morphou, Chipre, filho de Jorge e Madalema Hasapis. Possuía um irmão gêmeo, Elpídio, que posteriormente também veio a se tornar um arquimandrita. Apesar de serem de Orounta, frequentavam a Igreja de São Savvas em Nicósia, pois seu pai possuía sua própria pousada e uma padaria nesta localidade.[1]

Desde a juventude os dois irmãos já demonstravam um zelo especial pelas Sagradas Escrituras, sendo inspirados em particular pela sua avó Loxontra, que além de sua mãe os influenciou no aprendizado dos caminhos da Igreja e o desenvolvimento de uma verdadeira consciência ortodoxa.[2]

Juntamente com seu irmão Elídios, Filomeno mostrava um forte entusiasmo pela oração, lia frequentemente a vida dos santos e aprendia os hinos da Igreja. Os dois irmãos foram tocados especialmente pela vida de São João, o Kalyvitis, que de certa forma criou um impacto neles ao ponto de inspirá-los a querer seguir a vida monástica.

Aos 14 anos de idade ambos ingressaram no antigo Monastério de Stavrovouni, fundado pela Santa Imperatriz Helena, onde permaneceram por cinco anos.[2]

Na Terra Santa

Posteriormente, ambos partiram para Jerusalém, onde completaram sua educação secundária. Após a conclusão dos estudos, Elpídio foi ordenado e enviado para servir em diferentes lugares, até que enfim migrou para o Monte Athos, enquanto Filomeno ingressou na Irmandade Monástica do Santo Sepulcro, em Jerusalém.[1]

Arquimandrita Filomeno no Poço de Jacó

Seu filho espiritual, o monge Yeghia, registrou algumas memórias de seu pai em Cristo:

Padre Philoumenos costumava me contar a respeito de seus anos em Belém, onde o bispo desaprovava a educação aos monges a não ser que estejam inclinados ao sacerdócio. Mas por conta de seu zelo pelas almas negligenciadas dos fiéis palestinos, Padre Filomeno estudou para se tornar fluente em árabe, tanto na leitura como conversação, cantando o Santo Evangelho com mais facilidade que muitos árabes, e pregando a fé ortodoxa não apenas na língua deles mas na sua maneira ortodoxa de vida. Que grande pastor ele era, mais digno que alguns do episcopado! Contudo, as políticas e as necessidades do patriarcado viram Padre Filomeno designado a outros cargos. Sempre que os fiéis palestinos estavam escandalizados por causa de um sacerdote indigno, sempre que a negligência por parte dos ortodoxos ou o dinheiro europeu levavam os fiéis a perguntar se não receberiam um melhor cuidado pastoral pelos Uniatas, era o Padre Filomeno que o Patriarca de Jerusalém mandava como verdadeiro defensor da fé, um homem com mais do que uma vida irrepreensível, um homem de quem ninguém poderia sequer imaginar qualquer palavra imodesta ou imprópria, um homem cuja fé e integridade eram modelo para todos.[3]
Três coisas foram as mais notável sobre a bem-aventurado mártir. A primeira pode ter sido, em parte, da natureza, mas certamente ajudada pela Graça: sua doce e suave voz, que eu ainda posso ouvir hoje. A segunda era a fidelidade meticulosa às coisas pequenas, mas especificamente ao Serviço Divino. Ele nunca omitiu uma palavra de nenhum serviço diário. Quando nós estávamos sozinhos em algum monastério remoto, particularmente para as Matinas, ele cantava cuidadosamente e lentamente cada palavra de todo salmo e cânone. Nem mesmo no Monastério de São Sabba a leitura era feita tão bem. Mas quando havia peregrinos para a Divina Liturgia e as Vésperas, ele fazia condensações habituais a fim de que o serviço não ficassem tão longo e alguns fossem tentados a abandoná-los. Posteriormente, em particular, lia cada palavra que não era cantada na Igreja. Aqueles que ficavam com ele por algum tempo viam as cópias do Menaion, Horologion, Synaxarion, etc, e percebiam que os marcadores estavam sempre no lugar e os volumes nunca empoeirados, que valeu a Divina Promeça: "Bem está, servo bom e fiel, porque tu foste fiel sobre as pequenas coisas, sobre grandes coisas te colocarei; entra tu no júbilo do Senhor." (Marcos 25:21) A terceira, e mais discreta, quase secreta, era sua humildade.[3]

Em 1979, São Filomeno foi nomeado guardião do Monastério do Poço de Jacó.

Martírio

Lê-se no pergaminho: "E não temas os que matam o corpo, mas não podem matar a alma"

O momento culminante da peregrinação terrena do Padre Filomeno aconteceu em 16 de novembro (CJ: 29 de novembro) de 1979, dia do seu onomástico, no santuário construído no local do Poço de Jacó.

Na semana antes do martírio, um grupo de fanáticos sionistas adentraram ao monastério afirmando que o lugar era um local sagrado judeu, e que todas as cruzes e ícones deveriam ser removida. É claro que o santo guardião do Monastério argumentou que aquele lugar onde eles estavam foi construído pelo Santo Imperador Constantino antes de 331 d.C., e que desde então servia como um lugar sagrado para os cristãos ortodoxos por dezesseis séculos antes do estado israelita ser criado, e estava em mãos samaritanas oito séculos antes disto. O grupo então reagiu as argumentações do monge proferindo todo o tipo de ameaças, insultos e obscenidades do tipo que cristãos locais sofrem regularmente.[2]

Passados alguns dias, em uma noite na qual chovia torrencialmente, o grupo invadiu o monastério. Padre Filomeu já estava paramentado com o seu Epitrachelion para celebrar as Vésperas. Os judeus adentram a nave, tomaram o monge e começaram a cortar o seu corpo com uma machadinha, em cortes em forma de cruz, primeiramente em seu rosto. Dominado por dois homens, o monge teve suas orelhas decepadas e seus olhos arrancados. Eles também cortaram os dedos de sua mão direita em pedaços e seu polegar foi jogado fora. Estes foram os dedos com o qual ele fez o sinal da cruz. Após constatar a morte do monge, os judeus submeteram o Santo templo a todo tipo de profanação, com formas de sacrilégio das mais terríveis.[4]

Os cortes fragmentados dos três dedos com o qual ele fez o sinal da cruz indicou que ele foi torturado em uma tentativa de fazê-lo renunciar a sua fé cristã ortodoxa. Seu corpo foi levado da Igreja, retornando somente seis dias após o massacre, mas manteve a sua flexibilidade e foi sepultado no Cemitério de Monte Sião. O Novo Mártir Filomeno serviu na Terra Santa por 46 anos (1933-1979).

Glorificação

Relíquias de São Filomeno no Monastério do Poço de Jacó

Como é de costume entre os monges gregos, após quatro anos o corpo do monge foi exumado. Ele foi encontrado substancialmente incorrupto, exalando uma maravilhoso odor. Em seguida seu tumulo foi fechado para ser posteriormente reaberto no período do Natal de 1984.

Em 17 de novembro (CJ: 30 de novembro), o Patriarca Diodoro de Jerusalém, acompanhado por vários bispos, arquimandritas, presbíteros e monges, abriram o túmulo. O caixão foi reverentemente retirado de seu túmulo no cemitério da Irmandade do Santo Sepulcro no Monte Sião, e, quando o sudário foi levantado, as relíquias foram encontrados novamente substancialmente incorruptas. Os restos mortais foram lavados com vinho, e depois enrolado em um lençol. Um curto serviço de Panihida foi então celebrado.[2]

Em uma decisão sinodal o Santo e Sagrado Sínodo do Patriarcado de Jerusalém em sua 50º sessão classificou-o em seu Hagiologion em 11 de setembro de 2009. Em 29 de novembro, Sua Beatitude o Patriarca Teófilo II de Jerusalém, escoltado por arcebispos e presbíteros, foi até o Poço de Jacó para oficializar a glorificação. Em sua chegada, foi cordialmente recebido pelo Arquimandrita Ioustinos, presbíteros da Irmandade e outros padres de outras igrejas locais, enquanto uma multidão de fiéis já havia lotado a Igreja e o seu pátio. Sua Beatitude presidiu a Divina Liturgia juntamente com os bispos da Sé Patriarcal e um outro número de clérigos das Igrejas do Chipre, Grécia, Rússia, Romênia e Ucrânia, que lideravam grupos de peregrinos. São Filomeno foi então oficialmente glorificado, e sua memória é comemorada pela Igreja neste mesmo dia (CJR: 16 de novembro), especialmente na Santa Metrópole de Morphou da Igreja do Chipre e na comunidade de Orounta, que observa anualmente uma noite inteira de serviços completos em uma Igreja edificada em honra a memória do Novo Mártir Filomeno.

São Filomeno faz parte dos novos mártires da era moderna, juntamente os Novos Mártires do Monastério de Optina na Rússia, martirizados por um santanista, o irmão José Muñoz-Cortes, guardião do Ícone de Montreal da Deípara, o Hieromártir Daniel Sysoyev, morto por um fanático muçulmano, o Hieromártir John Karastamatis da Califórnia, martirizados por satanistas, entre outros. Esta é uma prova de que os martírios não são resumidos a Roma pagã ou ao sangrento período comunista, mas sim algo presente em nossos dias.

Notas

  1. 1,0 1,1 Rev. Pe. Edward Pehanich. Father Philoumenos of Jacobs Well 1913-1979. The Church Messenger, American Carpatho-Russian Orthodox Diocese of the U.S.A. Volume LXIV, Número 1, 27 de Janeiro de 2008. Página 7. (em inglês)
  2. 2,0 2,1 2,2 2,3 NOCTOC: Ο Κύπριος Άγιος Φιλούμενος που κατακρεούργησαν οι σιωνιστές Εβραίοι το 1979-The Cypriot Saint Philoumenos who was massacred by Zionist Jews in 1979. Sábado, 29 de novembro de 2008.
  3. 3,0 3,1 Monge Yeghia Yenovkian. Tribute to a New Martyr - Our Holy Father Philoumenos of the Brotherhood of the Holy Sepulchre . Martyred at Jacob's Well, 16/29 November, 1979. Orthodox America, 1994.
  4. All Saints of North America Russian Orthodox Church. Holy Hieromartyr Philoumenos.