Eumênios, o Novo

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Santo Eumênios
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o Novo

Santo Eumênios (Saridakis), o Novo (1931-1999). Foi filho espiritual de São Nicéforo, o Leproso. Sua festa é comemorada em 23 de maio. Foi glorificado em 2022.

Vida

Infância e família

Santo Eumênios nasceu em 1 de janeiro de 1931 em Creta, sendo o oitavo filho de uma família piedosa e muito humilde. Foi batizado sob o nome de Constantino. Quando ainda era um bebê, seu pai repousou no Senhor, e sua mãe foi deixada em grande dificuldade para sustentar todos os seus filhos. Vendo a dificuldade de sua mãe, Eugênia, irmã mais velha de Santo Eumênios, decidiu levar o pequeno para que fosse amamentado por uma outra piedosa mãe. Já desde a infância, Eumênios apresentava sinais de santidade: ainda criança, recusava-se a se alimentar às quartas e sextas-feiras, que são os dias de jejum na Santa Igreja. Maria Kokovaki, uma das filhas da mulher que o amamentava - e, assim, de acordo com o costume grego, também era considerada irmã de Eumênios -, ficava muito impressionada, e só entendeu o que acontecia anos depois.

Luz divina e vocação monástica

A vida do pequeno Constantino foi árdua, cresceu em meio à pobreza e deixou de frequentar a escola quando tinha cerca de doze anos. As dificuldades não foram um obstáculo para que se apresentasse sempre gentil, em inigualável mansidão, sempre fiel aos mandamentos de Deus. Enquanto as outras crianças, incluindo Maria, passavam seu tempo brincando, Eumênios queria estar na igreja. Seus amigos insistiam e às vezes até o forçavam a brincar, mas quando menos esperavam, Eumênios desaparecia. Corria à sua amada Panagia, acendia as lamparinas e fazia a oração das horas.

Todo o vilarejo soube quando, durante uma noite de inverno, ao redor da lareira, uma luz se acendeu sobre sua cabeça e ele imediatamente anunciou que se tornaria um monge. Por essa razão, ninguém se surpreendeu quando aos dezessete anos, o santo deixasse sua cidade e viajasse para o sul de Creta, no Mosteiro de São Nikita, a fim de se dedicar completamente a Deus. O próprio Santo Eumênios descreveu em detalhe esse momento:

"Eu, aos dezessete anos, fui para o mosteiro. Estive em meu vilarejo por dezesseis anos. Eu amava a Deus, certamente, frequentemente pensava em me tornar monge. Um dia, o padre me disse 'Deixe-me te fazer sacristão, e assim fui feito. Acendia as lamparinas da igreja de manhã e à noite. Lia, lia quaisquer livros que encontrasse. No Ano Novo de 1944, fui para nossa casa. Minha irmã Eugênia estava lá. Comemos xerotigana, tiganites e makarones. Enquanto comíamos, uma luz me cegou e atingiu as profundezas de minha alma. Imediatamente, ao mesmo tempo, gritei à Eugênia: "Eugênia, eu me tornarei um monge!". Naquele mesmo momento em que Deus me iluminou, vi com meus próprios olhos a luz que me adentrou. Tão logo vi aquele brilho, disse "Eu me tornarei um monge!".

Assim, foi feito monge aos 17 anos sob o nome de Sofrônio, e lutou em amor e oração pelo cultivo de sua alma. Santo Eumênios foi severamente afetado pelos dardos inflamados do Maligno, sendo atacado pela possessão demoníaca da qual foi libertado através de muitas orações, vigílias e exorcismo nos mosteiros de Creta, incluindo o Mosteiro de Koudoma. Pouco tempo após ter sofrido torturas psicossomáticas da possessão, o então monge Sofrônio teve sua tranquilidade atravessada pela terrível lepra. Apesar disso, continuou a ser um humilde servo de Deus, perseverando bravamente.

A doença o levou até o Hospital de Santa Bárbara em Atenas, onde, pela graça de Deus, Santo Eumênios foi curado. No entanto, a cura não fez com que deixasse o hospital. Vendo tanto sofrimento humano, decidiu permanecer e oferecer o seu melhor para a aliviar os sofrimentos de seus irmãos em Cristo.

Ordenação ao sacerdócio

Em 1975, aos 44 anos, foi ordenado hieromonge pelo Arcebispo Timóteo de Creta e então ganhou o nome de Eumênios. Com frequência, o ancião recebia visitas de seus parentes e conhecidos, que vinham pedir a sua benção. Com o passar do tempo, pessoas de toda parte do país vinham até ele. Foi naquele mesmo hospital que Santo Eumênios encontrou São Nicéforo, o Leproso, que apesar de já cego pela sua doença, tornou-se um grande pai espiritual para os cristãos e também um mestre para o ancião Eumênios.

São Porfírios de Kafsokalívia disse sobre o ancião Eumênios: "Vá e receba a benção do Ancião Eumênios, porque ele é um dos santos ocultos de nossos dias. Só se pode encontrar alguém como o ancião Eumênios a cada duzentos anos".

Muitos ficavam admirados com o ancião Eumênios. Em particular, pela característica de encontrá-lo sempre rindo, com o semblante parecido como o de uma criança. Padre Ephraim Trianfyllopoulos conta que, no verão de 1990, visitou-o durante seu serviço militar e, enquanto confessava uma de suas maiores dificuldades, ouvia Santo Eumênios rindo como uma criança e, em seguida, chamando-o para que fizesse o ofício das Vésperas junto a ele.

O padre Antonios Frangakis dizia que, frequentemente quando Santo Eumênios realizava a liturgia, o santo parecia não querer que as crianças ficassem por perto. Uma vez, chegou a pedir para uma mãe que levasse sua criança para fora da igreja. Escandalizada com esse pedido, a mãe perguntou o motivo de algo tão absurdo. Eis que soube que Santo Eumênios há pouco tinha sido visto levitando, com chamas emanando dele. O divino Eumênios sabia que apenas as crianças, em sua pureza, poderiam vê-lo com seus olhos espirituais puros, e assim elas poderiam perceber as revelações divinas e os sinais que surgiam durante a liturgia. Por isso, Santo Eumênios tinha receio que as crianças testemunhassem tais revelações e dissessem aos outros, de modo que ele fosse glorificado pelas pessoas. Assim, o santo sempre fingia agir de forma estranha com os pequeninos.

Milagre de São Nicéforo

Muitos anos depois do repouso de São Nicéforo, como havia muitos mosquitos e insetos em sua cela, Santo Eumênios achou melhor fechar a porta e a janela e esvaziar dentro dela um grande frasco de um inseticida muito forte. Após jogar o inseticida, ele adormeceu. Santo Eumênios jamais teria acordado de novo se São Nicéforo não aparecesse para ele e o acordasse, agarrando sua mão e o levando para fora de sua cela. E, antes que o padre Eumênios percebesse com clareza o ocorrido, disse-lhe: "Meu filho, não volte a entrar na sua cela, a menos que abra primeiro a porta e a janela, para arejar". E então São Nicéforo desapareceu imediatamente. Então, depois de um bom tempo, o padre Eumênios se recuperou e compreendeu o milagre ocorrido, dando graças de todo o coração ao padre Nicéforo, seu querido pai espiritual.

Repouso e pós-vida

Passou os dois últimos anos de sua vida no hospital. Repousou no Senhor em 23 de maio de 1999, e foi sepultado no lugar onde nascera, de acordo com seu desejo.

Ligações Externas