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Santo Espiridião de Trimitous repousou no Senhor em 348, na ilha do Chipre, sua terra natal. Logo perceberam que suas relíquias permaneceram incorruptas e, para glória de Deus, tornaram-se fonte de inúmeros milagres. Por trezentos anos após seu repouso, suas santas relíquias permaneceram na ilha, sendo levadas para uma igreja em Trimitous. Ao final do século VII, provavelmente por ordens do Imperador Justiniano II, suas relíquias foram transferidas para Constantinopla a fim de protegê-las dos ataques muçulmanos, que se espalhavam pelo Chipre.
  
 
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Revisão das 17h13min de 18 de novembro de 2022

Santo Espiridião, o Taumaturgo e Bispo de Trimitous

Venerável Espiridião, o Taumaturgo, Bispo de Trimitous (em grego: Άγιος Σπυρίδων ο Θαυματουργός, επίσκοπος Τριμυθούντος, 270-348) viveu durante o século III. Sua festa é comemorada em 12 de dezembro.

Vida

Santo Espiridião de Trimitous nasceu no ano de 270, na ilha do Chipre, de uma família de fazendeiros. A simplicidade que veio de berço o acompanhou por toda a vida: era uma pessoa simples, bondosa e repleta de amor ao próximo. Trabalhava como pastor de ovelhas, e fazia de tudo para ajudar seus vizinhos e os necessitados. Aos domingos, costumava reunir as pessoas para ensiná-las a palavra de Deus, e instruí-las na Fé. Ainda em sua juventude, recebeu a graça do matrimônio e teve filhos, entre os quais Irene - a qual, assim como o pai, é contada entre os santos. Quando o Senhor chamou sua esposa para junto Dele, santo Espiridião decidiu se dedicar por completo a Cristo e à Sua Igreja.

Durante o reinado do Venerável Imperador Constantino, sua piedade excepcional e seus feitos já amplamente reconhecidos o elevaram ao cargo de bispo da cidade de Trimitous. O rebanho que Cristo confiou em suas mãos fez com que o santo se tornasse ainda mais humilde e bondoso.

Graças às suas virtudes, foram-lhe concedidos muitos dons: com orações, era capaz de fazer chover sobre a terra seca; curava doenças ditas incuráveis, afastava demônios, entre outros atos milagrosos. Certa dia, uma mulher veio a ele aos prantos, trazendo em seus braços o filho morto. Implorava pela intercessão do santo, que a recebeu e orou fervorosamente a Deus. Quando o sopro de vida novamente preencheu os pulmões da criança, sua mãe exultante de alegria, passou mal e desabou ao chão. Pelas intercessões de santo Espiridião, a mulher se recuperou e voltou para casa com o filho.

Uma vez, o bispo Espiridião adentrou uma igreja vazia, ordenou que as lamparinas e velas fossem acesas e iniciou a Divina Liturgia. Ao dizer "A Paz esteja com todos vós", tanto o santo quanto o diácono ouviram do alto inúmeras vozes dizendo "E com o teu espírito". Esse coral era infinitamente mais melodioso e majestoso que qualquer voz humana. A cada verso da litania, entoavam "Tem piedade, Senhor". Atraídos pelas vozes divinas, os habitantes das proximidades correram para a igreja. À medida que se aproximavam, o canto celestial enchia seus ouvidos e alegrava seus corações. Porém, ao entrarem na igreja, não viram ninguém além do bispo e daqueles que serviam no altar, e não mais podiam ouvir o canto que tanto os deixou admirados.

Participação no Primeiro Concílio Ecumênico

Santo Espiridião participou de algumas sessões do Primeiro Concílio Ecumênico no ano de 325. No Concílio, o santo disputou com um filósofo grego defensor da heresia do arianismo. A sabedoria do santo não apenas convenceu o opositor, como foi responsável por sua conversão ao Cristianismo. Além disso, Santo Espiridião demonstrou a unidade da Santíssima Trindade de uma maneira notável: apanhou um pedaço de tijolo e o esmagou. Naquele instante, uma chama de fogo surgiu, água escorreu sobre seus dedos e pingou ao chão, e apenas poeira permaneceu em suas mãos. "Havia apenas um tijolo", disse o santo taumaturgo, "mas ele era composto de três elementos. Assim é a Santíssima Trindade: há três Hipóstases, mas somente um único Deus".

Pós-vida

Santo Espiridião de Trimitous repousou no Senhor em 348, na ilha do Chipre, sua terra natal. Logo perceberam que suas relíquias permaneceram incorruptas e, para glória de Deus, tornaram-se fonte de inúmeros milagres. Por trezentos anos após seu repouso, suas santas relíquias permaneceram na ilha, sendo levadas para uma igreja em Trimitous. Ao final do século VII, provavelmente por ordens do Imperador Justiniano II, suas relíquias foram transferidas para Constantinopla a fim de protegê-las dos ataques muçulmanos, que se espalhavam pelo Chipre.