Constantino I de Kiev

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O Venerável São Constantino I, Arcebispo de Quieve (séc. XII), foi um hierarca da Sé de Quieve. Sua memória é celebrada pela Igreja nos dias 5 de junho pelo seu repouso, 29 de junho durante a Festa de Todos os Santos de Chernigóvia e 15 de julho durante a Festa de Todos os Santos de Quieve.

Vida

Em 1145, pouco antes do fim da era de Usevolodo II, Grão-Príncipe de Quieve (1139–1146), o Arcebispo Miguel II de Quieve desapareceu de qualquer registro histórico. Naquele tempo, a unidade russa estava dividida entre Quieve, Novogárdia e Galícia por conta da sangrenta crise de sucessão ao principado dessas últimas duas cidades, ao passo que Usevolodo guerreava contra ambas. Como a hierarquia da Igreja era a mesma que a do grão-principado — ou seja, Novogárdia e Galícia eram subordinadas a Quieve —, acredita-se que Miguel, leal à Santa Sé de Constantinopla, tenha ou abdicado ou repousado no Senhor por volta de 1145.

No ano seguinte, Usevolodo foi ferido numa batalha contra os galícios e morreu. Seu irmão mais novo, Santo Igor II de Quieve, foi escolhido grão-príncipe, mas seu reinado não durou sequer um mês até que seu exército organizasse um motim. Com apoio dos boiardos, o Príncipe Iziaslau da Pereaslávia (1132–1146) tomou o grão principado para si e aprisionou Santo Igor.

Após o repouso do Metropolita Miguel de Kiev em 1145, o Grão-Príncipe Isiaslau fez com que o schemamonge Clemente fosse consagrado a Sé Quievana sem a benção do Patriarca de Constantinopla. No concílio dos bispos, o Arcebispo Nifão de Novogárdia mostrou sua desaprovação desta eleição, advertindo ao concílio que isto era contrário a tradição da Igreja Russa como uma igreja que recebeu a fé ortodoxa de Constantinopla. A consagração de Clemente tomou lugar independentemente da objeção de Nifão.

Sabendo desta ação, o Patriarca de Constantinopla mandou o Metropolita Constantino a Quieve para investigar a situação. Constantino quis depor Clemente e assumir ele mesmo a sé em Quieve. Exilando todos os sacerdotes que Clemente ordenou, criou uma disputa entre aqueles que suportavam Clemente e os que suportavam Constantino. Ao pedido dos príncipes, o Patriarca mandou Teodoro a Quieve, que removeu tanto Clemente como Constantino do ofício.

Em seu testamento, que foi lido em seu repouso em 1159, Constantino escreveu que ele não deveria ser enterrado, mas jogado como comida aos cães por ter sido culpado de semear discórdia na Igreja. Seus conhecidos ficaram confusos, mas não ousando seguir suas instruções; pegando o seu corpo, simplesmente o jogaram fora. Lá ficou deitado por três dias, até que um tempo terrível chegou a Quieve. Trovejou, relampejou e a terra tremeu. Vendo isto, o Príncipe de Quieve ordenou que o corpo de Constantino fosse levado e enterrado na Igreja em que o príncipe Igor havia estabelecido, fazendo com que as coisas retornassem ao normal. Por conta do seu arrependimento foi glorificado, sendo lembrado no dia 5 de junho.

Referências

  • São Demétrio, Arcebispo de Rostóvia (1906). A vida dos santos. Livro X.
  • São Nicolau, Bispo de Ócrida (2002). O prólogo de Ócrida. Volume I.

Ligações externas


Constantino I de Kiev
Precedido por
Clemente de Quieve
Arcebispo de Quieve e Toda a Rússia
1155–1159
Sucedido por
Teodoro de Quieve