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Xenofonte de Constantinopla

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Xenofonte insistiu: “Nós temos o mais profundo respeito pelo monasticismo. Não fique triste, mas diga-nos tudo o que puder sobre os nossos filhos!” Os olhos do monge encheram-se de lágrimas, e disse: “Nossa embarcação naufragou, e cada um segurou-se numa tábua. A tempestade nos separou um do outro; não sei se mais alguém foi salvo, mas apenas que cheguei à costa de Tiro na Fenícia.”
Os dois despediram-se do monge, recompensando-o generosamente e pedindo-lhe que rezasse por eles e pelos seus filhos. Depois, desceram à Jordânia, com a intenção de encontrar um lugar para orar e dar esmolas por lá. No caminho, cruzaram-se com o mesmo ancião clarividente que há dois quase três anos havia tonsurado Arcádio e, caindo aos pés do monge e implorando por suas orações, o ancião os anunciou: “Foi o amor pelos filhos que trouxe meus senhores Xenofonte e Maria a Jerusalém. Não entristeçais: vossos filhos estão vivos. Deus já vos revelou em sonho a glória que os espera nos Céus. Ide, operários da videira do Senhor, orai no Jordão e voltai à Cidade Santa. Tornareis a ver vossos filhos.” O ancião, então, continuou seu caminho a Jerusalém, e o casal dirigiu-se ao Rio Jordão. Pela Divina Providência, João, que havia peregrinado do Mosteiro de Malmefetânia à Cidade Santa, encontrou o ancião descansando próximo ao Gólgota, na Igreja do Santo Sepulcro. Ao entrar na igreja, João prostrou-se diante do ancião, o qual imediatamente saudou-o, abençoou-o e perguntou: “Por onde estiveste, mestre João? Teu pai e tua mão estão à tua procura, e tu vieste à procura do teu irmão.” Admirado com a clarividência do ancião, João caiu prostrado diante dele e suplicou: “Eu te imploro, pai, conta-me o que aconteceu com meu irmão! Há muito tempo que rogo ao Senhor para que Ele me diga se ele está vivo ou não, mas até agora nada me foi revelado. Tu renovaste minhas esperanças, santo pai!” O monge assegurou-o: “Senta-te ao meu lado, e o teu irmão estará aqui em breve.” Logo em seguida, um outro monge adentrou a igreja: era Arcádio. Por causa do severo asceticismo, seu corpo estava definhado, sua cara, seca, e seus olhos, profundamente afundados. Depois de venerar a igreja, reconheceu o ancião e caiu aos seus pés, exclamando: “Pai, tu abandonaste tuas terras, e por três anos não as visitaste! Muitos espinhos e ervas daninhas brotaram nelas, e sua limpeza exigirá muito trabalho de tua parte!” O ancião acalmou-o: “Filho, tenho visitado minhas terras todos os dias, e vi que elas estão produzindo não espinhos nem ervas daninhas, mas trigo maduro, digno do banquete do Rei dos reis. Senta-te ao meu lado.” Arcádio obedeceu, e os três permaneceram em silêncio por algum tempo. Então, o ancião perguntou: “De onde tu és, irmão João?”
Depois de vários anos, o casal fez uma peregrinação aos lugares santos, e, em Jerusalém, encontraram seus filhos vivendo como ascetas em diferentes monastérios. Os pais, consolados, deram graças ao Senhor pelo reencontro.
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