Xênia de Roma

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Santa Xênia de Roma

A Venerável Xênia de Roma e suas duas santas servas (m. 450) foram monásticas do século V. São comemoradas pela Igreja em 24 de janeiro, dia do repouso de Santa Xênia.

Vida

Eusébia, filha única de uma ilustre família senatorial cristã cujo pai chamava-se Eusébio, já almejava consagrar-se a Deus desde sua infância e, desejando evitar o casamento arranjado que seus pais realizariam no dia seguinte, deixou a casa deles em Roma às escondidas com duas servas devotas a ela durante a noite e embarcou numa nau que contornaria o continente até chegar em Alexandria, no Egito.

As três desembarcaram na ilha grega de Cós no mar Egeu e, lá, Eusébia mudou seu nome para Xênia (estrangeira, em grego), dificultando assim ser encontrada. Levantando suas mãos aos Céus, rogou fervorosamente para que Deus, assim como havia enviado o santo Apóstolo Paulo a Santa Tecla no primeiro século, lhe enviasse um “Paulo” que a guiasse no caminho da salvação.

Dias depois, através da Divina Providência, elas se encontraram com o hegúmeno do Mosteiro de Santo André em Mílasa (atual Milas no sudoeste da Turquia), uma cidade litorânea na Ásia Menor, e suplicaram-lhe para que as levasse à cidade. Para sua surpresa, o nome do ancião, que também era Bispo de Mílasa, era Paulo.

Em Mílasa, o ancião aceitou-as em seu mosteiro. Mais tarde, Xênia conseguiu comprar um pedaço de terra para construir uma igreja dedicada a Santo Estêvão e um convento, no qual as santas servas concordaram em viver como irmãs e devotarem-se à salvação de suas almas. Santa Xênia suportava grandes mortificações: alimentava-se de pedaços de pão a cada dois ou três dias e bebia as próprias lágrimas que caíam sobre o pão, passava a noite em oração e fugia de todas as ocasiões de vanglória, humildemente colocando-se a serviço dos necessitados e do crescente número de discípulas que se reuniam ao seu redor.

Após a conclusão da igreja e do convento, Paulo, por conta de sua virtuosa vida, fê-la Diaconisa. A santa auxiliava a todos: aos necessitados, ela era como benfeitora; aos angustiados, confortadora; aos pecadores, uma guia ao arrependimento. Ela possuía tamanha humildade que se considerava a pior e mais pecadora de todos.

Em seus atos ascéticos, ela foi guiada pelos conselhos de Santo Eutímio, o Grande, Hegúmeno da Palestina. A sublime vida de Santa Xênia trouxe várias almas a Cristo. A santa virgem e verdadeiramente estrangeira neste mundo repousou no Senhor em 24 de janeiro de 450 enquanto orava por suas discípulas. Durante seu funeral, uma luminosa coroa de sete estrelas cercando uma radiante cruz apareceu sobre o convento no céu. Esse sinal acompanhou o corpo da santa enquanto ele era transportado pela cidade, e só se cessou após seu sepultamento. Suas duas servas morreram depois de Xênia, e foram enterradas aos seus pés.

Pós-vida

Igreja de São João Batista em Cavala.

Seu túmulo rapidamente tornou-se um lugar de peregrinação na costa da Ásia. Muitos enfermos recebiam a cura ao tocar nas relíquias da santa. Em algum ponto na história, seu santo crânio foi transladado à cidade de Selíbria, ao leste de Constantinopla.

Com a queda do Império Otomano em 1922 e consequentemente com o fim do Genocídio Grego (1913–1922), a relíquia foi transferida para a Igreja de São João Batista em Cavala, na Grécia. Seu corpo também foi levado pelos gregos refugiados em Mílasa à Grécia, mas à cidade de Niceia (em Pireu, não na Turquia). Em 1934, a construção da igreja dedicada à santa foi concluída na cidade.

Outras relíquias da santa estão depositadas no Mosteiro de Santo Agatão em Ftiótida, no Mosteiro da Transfiguração do Salvador em Cavala, no Mosteiro de Santo Inácio em Lesbos e no Mosteiro do Pantocrator em Pentele.

Hinos

Tropário

(Tradução livre)

Vivendo como uma estrangeira no mundo, /
te afastaste dos pecados da terra. /
Renegaste confortos e honras passageiras, /
e te comprometeste ao Teu Noivo imortal. /
Ó gloriosa Xênia, intercede ante o Verbo, /
para que nos conceda Sua grande misericórdia.

Outro tropário

(Tradução livre)

A imagem de Deus fielmente preservou-se em ti, ó mãe, /
pois tomaste a Vivificante Cruz e seguiste a Cristo. /
Pelos teus feitos nos ensinaste a olhar além carne passageira, /
e atentar-se à alma, que é imortal. /
Portanto, ó Santa Xênia, tua alma se regozija com os anjos.

Kontakion

(Tom II)

Celebrando a memória da tua vida como estrangeira, ó Xênia, e reverenciando-te com a afável benevolência, cantamos a Cristo, que lhe deste o poder de curar a todos, a ti que intercedes sempre por todos nós.

Referências

  • São Nicodemos, o Hagiorita (1819). Sinaxário dos doze meses do ano. Tomo segundo.

Ligações externas